Os Escritos de Francisco de Assis

Mensagem da 5ª Semana

13ª A paciência

1 Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus (Mt 5, 6) (5).
Não se pode saber quanta paciência e humildade tem o Filho de Deus, enquanto tudo lhe corre à medida dos seus desejos. 2 Mas venham tempos em que o contrariem os que o deviam contentar, a paciência e humildade que então mostrar, essa é que tem e não mais.
 
 

14ª A pobreza do espírito

1 Bem-aventurados os pobres de espírito, porque é deles o reino dos céus (Mt 5, 3).
2 Há muitos que rezam compridos ofícios e orações, e maceram o corpo com jejuns e penitências. 3 mas por palavra que lhes pareça injúria, ou por ninharia que lhes tiraram, logo se descompõem e perturbam. 4 Não são estes os pobres de espírito, porque verdadeiro pobre de espírito é aquele que a si mesmo se despreza(Lc 14, 26; Jo 12, 25), e ama os que o ferem no rosto (Mt 5, 39).
 
 

15ª A paz

1 Bem-aventurados os pacíficos, porque eles serão chamados filhos de Deus (Mt 5, 9).
2 Pacíficos, de verdade, são aqueles que, seja o que for que neste mundo tenham de sofrer, sempre por amor Nosso Senhor Jesus Cristo conservam em paz a alma e o corpo.
 
 

16ª A pureza de coração

1 Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus (Mt 5, 8). 2 Têm o coração limpo, aqueles que desprezam os bens da terra e buscam os do céu, e não cessam nunca de adorar e contemplar, com alma e coração puros, ao Senhor Deus, vivo e verdadeiro.
 
 

17ª O servo de Deus humilde

1 Bem-aventurado o homem que não se gloria mais no bem que o Senhor diz e obra por meio dele, do que do bem que o Senhor diz e obra por meio dos outros. 2 Peca o homem que mais quer receber do seu próximo, do que de si quer dar ao Senhor Deus.
 
 

18ª Compaixão e pobreza interior

1 Bem-aventurado o homem que suporta o próximo em sua fragilidade, como quereria por ele ser suportado, se em circunstâncias semelhantes se encontrasse (Mt 7, 12; Gl. 6, 2). 2 Bem-aventurado o servo que atribui todos os seus bens ao Senhor Deus, porque aquele que reserva para si alguma coisa, esconde dentro de si o dinheiro do seu Senhor (Mt 25, 18), e o que julga possuir, ser-lhe-á tirado (Lc 8, 18).