No crepúsculo invernal, frio, dourado e a pedir lareira e aconchego, das 19 horas do dia 8 de Dezembro de 2016, quarenta e sete anos, feitos neste dia de vozes afinadas, do Grupo Coral da Imaculada da Igreja dos Franciscanos Capuchinhos, Paróquia do Amial, Porto, mais as do Grupo Coral de Santiago de Areias, que se veio associar à festa, e as de muitas centenas de corações inflamados de devoção à Virgem Mãe de Jesus Cristo, que encheram completamente os amplos bancos abrigados pelos largos e subidos arcos ogivais que encabeçam e cobrem o belo templo, como se de um manto de proteção divina se tratasse, entoaram, a plenos pulmões, o cântico de entrada da Eucaristia solene da Festa da Imaculada Conceição, padroeira desta igreja: “Eu vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus, qual esposa adornada para seu esposo”.
O frei Fernando Cabecinhas, ministro provincial dos irmãos capuchinhos, deu-nos a honra de ocupar a cátedra da presidência desta nossa e tão nossa celebração festiva, centro de convergência de gerações de um povo crente que aqui se desloca, de perto e de longe, há muitas dezenas de anos, para louvar, sempre com a mesma alma, aquela que, com o seu incondicional “Sim”, nos trouxe, na pureza da sua profunda intimidade, o centro da nossa fé: Jesus Cristo. É Nele e por Ele que esta festa tem sentido. É Nele e por Ele que o louvor à Virgem Santa e Imaculada adquire a sua plenitude: ”Fazei tudo o que Ele vos disser”.
Como a grei de um povo se faz das muitas manifestações que brotam do seu sentir, o melodioso timbre e extraordinária afinação da voz impregnada de fé da Profª Ana Ferreira, em perfeita ambiência litúrgica e acompanhada à guitarra e à viola, entoou dois belíssimos fados a Nossa Senhora. Foi um momento de grande emoção e meditação. Unir duas das maiores marcas do “ser português”, o fado e a devoção à Imaculada Conceição, fez elevar ao rubro o coração e o entusiamo daquele povo tão crente. Sentiu-se no ar um silêncio profundo, que não foi mais que um sinal orante do grito íntimo de cada um: “Hossana, hossana, Rainha de Portugal!”.
Ao Evangelho, num momento de pausa da narrativa, um duo de vozes angelicais de duas Anas, a Ferreira e a Paula, acompanhadas ao órgão pelo Pedro Simão, entoou magnificamente o cântico com que o anjo Gabriel saudou Nossa Senhora na sua casa de Nazaré: “Avé Maria, gratia plena, Dominus tecum. Benedicta tui in mulieribus et benedictus frutus ventris tui, Jesus!”. Com que cuidado, carinho, brio e fé prepararam este cântico em tua honra, Virgem Mãe!
Para tão bela festa, justo é agradecer a todos os que nela e para ela colaboraram. Para além dos já acima referidos, não podemos esquecer o pároco, P. Manuel Luís; os vários concelebrantes; o Frei Clemente e todos os que zelaram pela coloração floral dos altares e embelezamento de toda a igreja; os leitores; os acólitos; o grupo “Ictus”, pelo apoio prestado; o Germano, pela reportagem fotográfica efetuada; os irmãos Dias, Joaquim e Amadeu, pela preparação técnica da sonoplastia; o povo que tão entusiasticamente participou na celebração; os que prepararam o convívio após a eucaristia; enfim, todos os que não foram nomeados, mas que de forma mais direta ou indireta, mais visível ou mais anónima, ajudaram a que tudo corresse bem e em paz e harmonia.
Que a Virgem Mãe, Imaculada Conceição, vos abençoe e proteja com o seu manto tecido de luz!
Texto do Prof. Dr. João Teixira
Veja aqui as:
Fotos do Aniversário do Coral da Imaculada
Video da Profª. Ana Ferreira a cantar na Igreja
