Como nos comportarmos na Igreja

Como nos comportarmos na Igreja

Se cada igreja é o lugar santo por excelência, o Sancta Sanctorum do Novo Testamento, onde se unem o Getsémani e o Calvário, o mais lógico é que nela entremos com o devido respeito. São Pio de Pietrelcina dava aos seus filhos espirituais as seguintes indicações:

 

“Entra na igreja em silêncio e com muito respeito, considerando-te indigno(a) de te apresentares diante da Majestade de Nosso Senhor. Entre as considerações devotas, imagina a nossa alma como um templo de Deus e que, enquanto tal, temos de a conservar pura e limpa diante de Deus e dos Seus anjos

Benze-te lentamente, com água benta, considerando que esse é o sinal da nossa redenção: o Sinal da Cruz.

Quando vires Jesus Sacramentado, genuflete (coloca o joelho direito no chão), com devoção. Primeiro saúda o teu Senhor – vivo e verdadeiro no tabernáculo – e, depois, saúda a Virgem Mãe e os santos.

Chegando ao assento, ajoelha-te e oferece a Jesus Sacramentado o tributo da tua oração e da tua adoração. Confia-Lhe todas as tuas necessidades e também as dos que te rodeiam, fala-Lhe com abandono filial, abre-Lhe livremente o teu coração e deixa-O atuar em ti, conforme a Sua Vontade.

Ao assistir à Santa Missa e às funções sacras, procura mover-te com seriedade ao levantares-te, ao sentares-te e ao ajoelhares-te, e leva a cabo cada ato religioso com muita devoção.

Sê discreto(a) nos olhares, não vires a cabeça de um lado ao outro para ver quem entra ou sai; não te rias, antes demonstra reverência pelo lugar santo e consideração por quem está ao teu lado. Tem cuidado para não falares com ninguém, a menos que a caridade te obrigue, ou que seja uma necessidade imprescindível.

Nas orações em comunidade, pronuncia claramente as palavras da oração, faz bem as pausas, não eleves o tom de voz, não te apresses, segue o ritmo do sacerdote que preside e o dos outros.

Em suma, comporta-te de maneira a que os presentes se sintam elevados e, graças à tua atitude, impulsionados a glorificar e a amar o Pai Celestial.

Quando saíres da igreja, detém uma postura discreta e calma: saúda, em primeiro lugar, Jesus Sacramentado, pedindo-Lhe perdão pelas tuas faltas diante a Sua Divina Presença, e não te despeças sem teres pedido e d’Ele recebido a bênção.

Já fora da igreja, age como deve agir um discípulo do Nazareno.”


 

Num dos cadernos do diário escrito pelo Padre Pio (entre finais dos anos 20 e inícios de 30), o frade de Pietrelcina explica o que é a Missa pela boca do próprio Jesus Cristo:

 

“Pensai que o sacerdote que Me invoca, detém entre as suas mãos, um poder que nem à Minha Mãe concedi. Refleti que se o vissem como um sacerdote, e não apenas como um sacristão, nem os mais ilustres serafins seriam dignos de se aproximar. Dando-Me assim a vós, considerando a preciosidade do Dom que vos concedo, será digno assistir à Missa pensando noutra coisa que não em Mim? Mais adequado seria que, humildes e gratos, palpitásseis ao meu redor e, com toda a alma, me oferecêsseis ao Pai da Misericórdia; e considerásseis o altar, não pelo que fizeram os homens, mas sim pelo que vale a Minha Presença mística, mas real. Fixai a Hóstia, em que cada espécie é repartida, e ver-Me-eis a Mim, humilhado por vós. Fixai o Cálice no qual o meu sangue volta à terra, rica como é de todas as bênçãos. Oferecei-Me ao Pai. Não esqueceis que é para isto que Eu volto ao vosso seio.

Se dissessem: «Vamos à Palestina para conhecer os lugares santos onde Jesus viveu e morreu», o vosso coração palpitaria, certo? No entanto, o altar sobre o qual desço agora é mais que a Palestina, pois de lá parti há já vinte séculos, enquanto sobre o altar retorno todos os dias vivo, verdadeiro e real, ainda que escondido, mas sou Eu, o mesmo que palpita entre as mãos do Meu ministro. Eu volto a vós, não simbolicamente (Não!), mas sim verdadeiramente. Digo-vos uma vez mais: verdadeiramente. […]

Getsémani, Calvário, Altar! Três lugares dos quais o último, o Altar, é a união dos dois anteriores; são três lugares, mas apenas um é Aquele que encontrareis aí. […]

Eu volto sobre o Altar santo desde o qual vos chamo. Elevai os vossos corações sobre o corporal santo que segura o Meu Corpo. Fundi-vos, almas diletas, àquele Cálice divino que contém o Meu Sangue. É aí que o amor estreitará os vossos espíritos ao Criador, ao Redentor, à vossa Vítima; é aí onde celebrareis a Minha Glória na humilhação eterna de Mim mesmo. Vinde ao Altar, olhai-Me, pensai intensamente em Mim…”