Festa da Imaculada Conceição

“É celebrada a vossa glória, ó Maria Imaculada, porque de vós nasceu o Sol da Justiça, Cristo, nosso Deus!”

 

Ao longo de 46 anos, tantos como os da sua existência, sempre no dia 8 Dezembro, sempre às 19 horas e sempre com uma Igreja repleta de fiéis e flores, o Grupo Coral da Imaculada, nascido em 1969 sob o manto protetor da Senhora da Conceição, proclamou solenemente e através do seu canto, o hino de louvor transcrito em epígrafe.

 

Sim, celebrar Maria Imaculada só tem sentido a partir da plena participação da realidade do seu Filho. É por ser mãe de Jesus e não por qualquer outro motivo, que a Virgem Santíssima é concebida sem mácula original. Maria Imaculada é a imagem primeira e plena do verdadeiro seguidor de Jesus Cristo, aquele que é santo, inocente e sem mancha. É à luz de Jesus Cristo, o ressuscitado, que se deve entender, então, o dogma da Imaculada Conceição.

 

Olhando para o modo como muitos fiéis vivem a devoção mariana, parece-nos urgente uma catequese que recentre esta devoção, tão arreigada no coração dos fiéis e tão gravada na secular alma portuguesa, numa perspetiva cristológica, sob pena da festa da Imaculada Conceição, tal como as outras festas marianas, perderem sentido,  porque esvaziadas do essencial. Sobrepor as celebrações marianas à celebração dos mistérios de Jesus Cristo e ao Evangelho é desvirtuar a vivência da fé cristã.

 

Celebrar Maria é, antes de mais, celebrar Jesus Cristo. Foi isso que a Virgem nos quis dizer nas bodas de Caná: «Fazei tudo o que ele vos disser“. É muito bom encher as ruas nas procissões marianas; é muito bom encher as igrejas nas festas litúrgicas marianas; é muito bom fazer peregrinações aos santuários marianos. Tudo isso é muito bom! O que não é bom é uma cada vez maior a ausência de fiéis nas eucaristias dominicais e nas principais celebrações dos mistérios de Jesus Cristo e uma cada vez menor vivência dos valores evangélicos. Sem esta dimensão, como diz S. Paulo, a nossa fé é vã e oca.

 

A tradição milenar da Igreja e a piedade popular, esta expressa de forma simples e profunda, sempre puseram na nossa boca, até aos dias de hoje, esta belíssima oração, inspirada na saudação do Anjo Gabriel, que não é mais que uma proclamação de fé no mistério de Maria Imaculada: “Avé Maria puríssima, concebida sem pecado“.

 

Salvé, Mãe Imaculada! Rogai por nós, que recorremos a vós!

 

João Teixeira

 

Veja aqui as fotos da celebração.