Sexta Feira Santa

Na sexta – feira Santa resplandece o mistério da Cruz. O momento alto desta Celebração está na ADORAÇÃO DA CRUZ.

Na Cruz, mais do que a morte de Cristo, contemplamos o Seu Amor, a Sua Realeza.
Neste aparente fracasso de Jesus, manifesta-se toda a Omnipotência de Deus.
Na Cruz, Jesus é Glorificado, Elevado, atraindo todos a Si. Na Cruz, Jesus Reina!
O Senhorio de Cristo que domingo vai ser proclamado com a proclamação da verdade: “RESSUSCITOU”, apoia-se na realidade da Cruz.
Ao olhar para a Cruz, somos convidados a dizer: “Eis o Cordeiro de Deus, morto e ressuscitado que, com grande poder, toma o livro que ninguém pode abrir: o livro da história e dos destinos do Homen, o livro da minha e da tua vida”.
Nós não nos envergonhamos da Cruz de Jesus mas Gloriamo-nos d/Ela.
Diante da Cruz, em que se manifesta a Omnipotência de Deus, nós proclamamos o grande Amor de Deus para connosco: Ele me Amou, Ele Se entregou à morte por mim.
Qual deve ser a nossa atitude neste dia ?
Mergulhar no Seu Amor e na Sua dor, deixar-se envolver, impregnar pelo Mistério de Cristo… Mas não podemos ficar só aqui: é importante sublinhar o Seu Amor por nós, encarnando-O na nossa vida.
A Adoração da Cruz é a Adoração do Seu Poder Salvador e do Seu Amor sem limites, por nós.
Estamos frente a uma lógica estranha… para os que não têm Fé é um escândalo…. Estamos diante dum desafio importante.

A leitura da PAIXÃO DO SENHOR, é um momento privilegiado para uma reflexão sobre o acontecimento da nossa SALVAÇÃO. A Imolação de Jesus é real. É um Sacrifício realizado UMA VEZ POR TODAS. Cristo Crucificado, é o “Verdadeiro Cordeiro Pascal”. Mas este acontecimento, deve ser lido à luz da RESSURREIÇÃO, porque este Acontecimento é importante, é uma Passagem importante, necessária, para a Vitória final de Deus. Jesus, o Único Sacerdote e Mediador entre Deus e os homens, dá a vida por nós, carrega em Si os pecados da Humanidade. O relato da Paixão, segundo S. João, começa e termina num jardim. É uma alusão ao jardim do Éden, onde o Homem não sabe comportar-Se como verdadeiro Homem. No Éden, o Homem rejeita a vida para escolher a morte.
Com o relato da PAIXÃO, Jesus ensina-nos o modo de possuir a vida: dando-a gratuitamente em favor dos outros. Isto, Jesus já o deu a entender na 5ª feira Santa, na Ceia vivida com os discípulos. E, nesta Liturgia, somos colocados diante de Jesus e, diante de nós, apresentam-se duas opções : ou O reconhecemos naquilo que Ele é, e nos comprometemos com Ele, ou aderimos a quem O rejeitou e condenou, anulando assim a possibilidade de ter a Vida verdadeira.

No,”Tudo está consumado” – Jesus conclui a Sua Obra a favor da humanidade, de cada um de nós. Mas esta Obra, de agora em diante, vai ser completada pela força do Espírito Santo, que o Próprio Jesus entrega:.. “e inclinando a cabeça, entregou o Espírito”.
É urgente viver numa grande União com o Espírito de Deus. Temos de trabalhar para possibilitar um novo Pentecostes. Só assim, será possível vencer a insensibilidade que reina frente ao Mistério do Amor de Deus pela Humanidade e por cada homem individualmente.

A Paixão e Morte de Jesus só podem compreender-se no contexto global da Sua vida, Mensagem e Missão. Eles são a síntese da Sua Doutrina, dos Seus Critérios e da Sua Vida: como a Pobreza Evangélica, a Modéstia, o Serviço, a Fidelidade à Verdade e ao Amor; tudo isto se concentra até ao extremo, na Sua Paixão e Morte.
Jesus morreu porque foi coerente até ao fim com a Sua Missão e a Sua Mensagem.
No momento da morte de Jesus, o ódio e o Amor; a morte e a vida, a iniquidade e a Graça, a imposição e a liberdade, dão-se as mãos.
O valor e o significado da Paixão e morte de Jesus estão na Dignidade Divina e Humana da Sua Pessoa que, por Amor e em plena liberdade, Se entregam.
Quem deu a morte a Jesus, fomos todos nós: cada um de nós. Nós que muitas vezes possuímos um espírito, uma mentalidade de pecado. O mistério da iniquidade que age na história humana e em cada um de nós, coloca-nos em oposição a Deus e ao Bem, ao desígnio e à História da Salvação.

Na Paixão e morte de Jesus, estão de forma concentrada, os grandes ídolos do homem de ontem, e de hoje: o espírito de riqueza, os comodismo, os interesses materiais, a satisfação imediata e terrena, a vaidade com todo o seu corteja de ostentação, prestígio, triunfalismo, futilidade, posição social, orgulho ambição, vontade de poder e domínio, rebeldia, auto-suficiência, mentiras, cobardia, hipocrisia, as faltas de Amor, a indiferença, a inveja, ódios, desprezo.
Toda a história da maldade do Homem, da malícia humana; toda a história do pecado individual e coletivo, desde o primeiro homem até ao último, toda a dimensão humana do mistério da iniquidade, caem sobre Jesus e aparecem sob a forma de Paixão e Morte de Cristo.